A raiz da publicaçom do meu post antérior recebim várias críticas ao feito de que me alegrara do retorno á abstençom de mais de 1 milhom de ex-votantes podemitas. As pessoas que me figeram chegar essas críticas recorrem ao manido e, tergiversando minhas palavras, botam-me em cara que me alegre do trunfo do PP, que elas consideram consequência inevitável e trágica do passotismo das que promovemos a abstençom. Curiosamente chegarom-me essas criticas de gente que eu considero atrapada pola ilusom podemita e que, até agora, nom tinha ataduras partidárias algumha e nunca nos culpara ás abstencionistas de favorecer ao PP, ve-se que estavam iludidas com as pretensiosas venturas anunciadas polos quadros de mando podemitas e polos sondeios mediáticos que davam por seguro o “sorpasso” e levaram tal “hostiaço” que ainda estám aleladas á busca das razons do mesmo. Para elas vai adicado este artigo autoria de Esteban Vidal que recolho e traduzo do Portal Libertário Oaca:
No ser humano aninha um forte desejo de confiar nos demais. Possível que isso déva-se a aquela faceta que fai del um ser social e que como tal tende a viver em comunidade. Isto viria desmentir as teses do darwinismo social dado que o indivíduo solitário é vulnerável ao fazer da desconfiança cara a todos os demais a pedra angular do seu modo de viver. A confiança entre iguais é o fundamento da cooperaçom e a ajuda mútua, pero sobre tudo da convivência que permite a existência daqueles laços sociais que conformam umha comunidade cohesionada. Devandito isto cabe concluir que a confiança é algo possitivo a condiçom de que se deposite em quem sejam dignas de merece-la.
O poder alimentou as tendências individualistas mais destrutivas mediante um semnúmero de procedementos que minarom a confiança entre os membros da sociedade. O poder aumentou a sua capacidade para controlar e manipular á sociedade o que tivo como principal conseqüência o desmantelamento de qualquer forma de vida de tipo horizontal, e com isso daquelas redes de solidariedade e apoio mútuo entre iguais que existirom no seu seio. Hoje vemos como o Estado o fai praticamente tudo, o que gerou umha situaçom de dependência cara a esta instituiçom que fijo que o indivíduo se relacione unicamente co poder. Isto serviu para inocular no indivíduo a sua confiança no poder, a espera-lo tudo deste.
O fundamento do mando, e por extensom tamém de toda forma de autoridade, é a obediência. O poder nom existe se nom há quem obedeza. Do anterior deríva-se que o poder, para subsistir, require de certa colaboraçom dos seus sometidos. Todo sistema de dominaçom necessita o consentimento da poboaçom. Por esta razom atopámo-nos com que na atualidade, nos régimes parlamentários, o poder busca dotarse de certa legitimidade que o faga aceptável. Isto é o que explica que existam eleiçons periódicas que servem para legitimar o sistema de dominaçom que representa o Estado. Deste jeito, a través da colaboraçom que a poboaçom presta coa sua participaçom nas eleiçons, o Estado é legitimado. Com todo isto cría-se a ilusom de que a sociedade elige seus governantes quando na prática só legitima o sistema de dominaçom que constitúe o Estado debido a que o poder nom reside, como adoita pensar-se, no governo, senom nos altos funcionários dos ministérios, os generais dos exércitos, os mandos policiais, os jefes dos serviços secretos, os juízes, os diretores de prisons, etc. Na prática o governo unicamente é um apéndice do poder ejecutivo do que é dependente em tudo o essencial.
Em época de eleiçons a classe política pom-se de rebaixas, fai todo tipo de ofertas com innumeráveis promesas. Assim é como os políticos tentam seducir á poboaçom com toda classe de frases engaiolantes. Com tudo isso a classe política apresénta-se como a única capaz de remediar os males da sociedade. Som innumeráveis os enganos perpetrados polos políticos, pero nom menos certo é que nom há enganador sem que, á sua vez, alguém se deixe enganar. A experiência histórica demóstra-nos com perfeita e meridiana claridade a falsidade dos políticos que sempre dim umha coisa pero fam a contrária. A razom é bem singela: eles tenhem seus próprios intereses que nom som os da sociedade, e doutra banda nom som quem detentam o poder senom que em todo som dependentes daqueles que si dirigem as estruturas de poder que governam a sociedade.
A pesar de todo o exposto umha grande parte da sociedade ve-se impulsada por umha irracional crença de que co seu voto pode decidir algo, e que uns políticos nom som tam malos como outros. Como dizimos, á luz da experiência isto nom deixa de ser umha atitude irracional na que se opta por confiar num grupo escindido da sociedade como som os políticos. É umha atitude colaboracionista que denota umha mentalidade servil e sobre tudo supersticiosa. Do mesmo jeito que moitos crentes tenhem seus próprios santos aos que periodicamente vam ponher-lhes algumha vela para conseguir o seu favor, o votante é outro supersticioso que tamém tem seus próprios santos representados por alguns políticos aos que cada certo tempo, no canto de ponher-lhes umha vela, lhes ofrenda co seu voto para ver se assim obram algum milagre. Esta é a superstiçom do voto.
Vemos como desde o próprio poder aliménta-se e reproduce o desejo de confiar que existe no ser humano para fazer-lhe colaborador e copartícipe dum sistema de poder que lhe oprime e explota. Assim é como o indivíduo deposita a sua confiança no poder ou nalgum dos seus representantes políticos para legitima-lo, o que ao mesmo tempo serve para legitimar e confirmar as relaçons de dominaçom que fam del um oprimido. Todo isto responde em gram medida ao imenso poder alcançado polo Estado que controla a prática totalidade das esferas da vida humana, o que conduciu a que a açom popular fosse substituida pola açom estatal que todo lho gire e brinda. Com isso impúxo-se igualmente a açom parlamentária que habituou á sociedade para espera-lo todo do poder de tal modo que a afai á sua permanente escravitude.
O Estado é o gram cárcere na que a classe dominante controla as necessidades da poboaçom e obríga-lhe a atuar conforme aos seus intereses. As eleiçons simplemente servem para eleger aos carcereiros, representados polos políticos, que se encargam de gerir o cárcere e impedir que se produza nenhuma desorde que poida pôr em perigo a sua existência. As eleiçons som um instrumento de colaboraçom entre classes sociais que permite a permanência e reproduçom do conjunto do sistema e das suas relaçons de dominaçom. Tudo isto demonstra que o poder nom é benévolo, senom em essência egoista na medida em que persegue os seus próprios intereses mentres que a sociedade unicamente é um instrumento para a sua consecuçom.
Ainda que a sociedade em muitas ocasions colabora de maneira involuntária co poder os processos eleitorais, em troque, baséam-se na voluntariedade. Por este motivo a abstençom ativa é umha das poucas formas que ainda existem para nom colaborar co sistema, e com isso nom amossar conformidade algumha coas relaçons de exploraçom que o articulam. Pero isto nom é suficiente se a isso nom lhe acompanha a autoorganizaçom popular, assim como a difusom daquelas ideias e valores dirigidos a aumentar a consciência no seio da sociedade para romper a colaboraçom entre classes, e com isso desencadear um processo revolucionário que permita a criaçom dumha sociedade sem classes. Indubidavelmente isto leva que a confiança da poboaçom deixe de depositar-se nos ídolos mediáticos que o poder cria para pastorea-la e mante-la no curro do seu sistema de dominaçom. Nenhuma autoridade é merecedora da confiança do povo, pola contra esta há que cultiva-la entre o grupo de iguais se quere ponher-se fim á superstiçom do voto e todo o que ela leva.
Esteban Vidal
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E como remate este poema (em castelám) do poeta mexicano Guillermo Aguirre y Fierro publicado en 1926:
El león falleció, ¡triste desgracia!
y fueron, por vivir en democracia,
a nombrar nuevo rey los animales.
Aunque a algunos les parezca tonto,
las ovejas votaron por el lobo;
como son unos buenos corazones,
por el gato votaron los ratones,
y a pesar de su fama de ladinas
por la zorra votaron las gallinas
La paloma, inocente, votó por la serpiente;
las moscas, nada hurañas,
decidieron que reinaran las arañas.
No tuvo el topo duda, como tampoco queja,
mientras votaba por la comadreja;
los peces, que sucumben por la boca,
entusiastas votaron por la foca.
Por no poder encaminarse al trote
un pobre asno quejumbroso y triste
se arrastró a dejar su voto por el buitre;
el caballo y el perro, no os asombre,
como siempre, votaron por el hombre.
Amigo lector ¿qué inconsecuencias notas?
Dime ¿no haces tú lo mismo cuando votas?