Ontem mesmo tivem conhecemento duns reflexivos escritos publicados numa RRSS por Nereo Raúl, residente na província argentina de Entre Ríos. Em quanto rematei de lê-los souvem que tinha que fazer-lhes um oco nesta minha bitácora e solicitei-lhe permiso para traduzir e replicar seus escritos. Pronto tivem seu consentimento e hoje publico acá estas suas reflexons, que sinto também coma minhas, dado que concordo caseque ao 100% com suas reflexons e críticas mesmo que haja entre nós um oceano de distância e sobrevivamos em diferentes hemisférios. Publico na mesma ordem cronológica do que o seu autor e o fago em duas partes; aqui vai a primeira:
1) O impossível argumento de “se nom fosse polo confinamento haveria mais mortes”.

Este argumento, que tem ficado em pé como uma verdade irrefutável, é duma fragilidade tal que nom só amossa covardia, senom mais bem um problema psiquiátrico. Vejamo-lo.
Dizer que algo nom foi pior só porque ficámos inativas é desde sempre a escusa das covardes. “Quem está deitada nom cai”, di o refraneiro. Mas nom só as covardes fam uso desta atitude pouco séria, porque este é exatamente o argumento, digamos melhor a desculpa, que utilizam as desgraçadas que sofrem de agorafobia.
Esta pobre gente, trastornada por um medo invencível ao perigo, decidem permanecer encerradas nos seus fogares, sem contacto com o mundo exterior. Para elas o feito natural e necessário de sair à rua representa a maior das ameaças. Vemos que se trata duma “soluçom” muito pouco feliz. É evidente que de nom sair às ruas os riscos de ser assaltada por um ladrom ou esmagadas por um autocarro diminuem grandemente, mas isto nom sinifica que nossa qualidade de vida vai melhorar. Pola contra, estamos a falar dum discernimento pueril, duma patologia, duma doença psiquiátrica que precisa ser sanada. E é precisamente sua sanaçom o que mais trabalho demanda às terapeutas. Por que? Pois porque é justamente o real da sua proposta o que lhes resulta tam difícil de refutar. E é que as agorafóbicas tenhem razom: nom sair é garantia de nom ter que lidar com o mundo e seus perigos, isto nom tem discussom. É o medo o que lhe impede ver as enormes perdas dessa equaçom. Foi assim coma funcionou aquele impresentável slogan de “Fica na casa”
E foi assim como ficou no ar, flutuando com tanto sucesso, essa ideia segundo a qual “se nom fosse polo confinamento haveria mais mortes“. É a postulaçom do medo como forma de governo. É o embandeiramento da doença mental como uma nova forma de exercer a responsabilidade. Porque é importante sublinhar este ponto: as agorafóbicas nom som cidadás responsáveis, som cidadás doentes, possuídas por um medo irracional.
O comportamento ao que assistimos durante esse experimento social conhecido como “C0vld!9” foi o típico das doentes, dum corpo social que tinha perdido o sentido comum. Episódio terrível que deveria sentar um precedente em todos os manuais de psiquiatria.
2) Em verdade foram enganadas as pessoas que acataram todas as medidas absurdas que se impuseram desde março do 2020?

Ouve-se a muitas repetir isto de que a gente nom é a culpável porque foi “enganada”. A culpa seria património exclusivo das elites, que foram as que planificaram toda esta aberraçom. E esta postura parece-me errada. Nom só porque se apreciam nela certa condescendência e uma falsa modéstia, senom mais bem porque é uma atitude injusta.
As gentes nom acataram as medidas C0vld sendo inocentes embaucadas, vítimas frágeis dum Sistema profissionalmente ocultista. Não, nada disto. Ao princípio a gente aderiu-se com esperança e até com alegria a essa denominada “nova n0rm@lidade”. Mas de imediato fazia gala dela com um fanatismo perigoso que dava lugar a um comportamento que recordava outros tempos e outras circunstâncias. Vimos como, embriagadas polo medo à morte que vomitavam os televisores, repetia-se aquele cenário das antigas caças de bruxas e começavam a se exercer a fiscalizaçom, a polícia e até a justiça por mão própria de toda aquela que era considerada “infratora” daquelas inenarráveis medidas. Enganadas? Nom do tudo. E a prova temo-la em que, no meio daqueles dias tam obscuros, as poucas vozes que, como a nossa, se atreveram a questionar a situaçom oficial foram fustigadas por dúzias de vozes iracundas. Agressivas vozes que nom toleravam semelhante atrevimento.
A prova de que a esmagadora maioria daquela massa irracional e violenta escutara quanto menos uma vez que todo aquilo era uma farsa, essa prova, temo-la na grosseira desproporçom do número de vozes dissidentes e do número de agressoras que procuravam desesperadamente acala-las. Crer que elas eram muitas, que nós éramos poucas e que esta foi a razom pola que a verdade nom triunfou, é um erro.
Vimo-lo claramente nas Redes Sociais. Uma só publicaçom questionando o assunto recebia dez, vinte, trinta insultos de dez, vinte ou trinta pessoas diferentes que lhe desejavam a uma as coisas mais crueis, incluso a morte. Era talvez a primeira vez na história da humanidade onde a informaçom oficial e a clandestina contavam com a mesma rapidez de chegada. Saber a verdade nunca foi tam fácil. No entanto toda aquela gente investiu sua energia em defender gratuitamente o relato oficial, amossando um incrível desinterés por pesquisar os argumentos dissidentes dos que efetivamente se inteiraram, e mostrando uma perigosa hostilidade para com a liberdade de expressom.
A tecnologia arrojou a pálida estatística duma sociedade que dera com a verdade mas que mesmo assim negou-se à conhece-la. E o desinterés nom pode de jeito nenhum ser catalogado como engano. E é que aquela sociedade nom foi enganada. Foi uma sociedade que pecou irresponsavelmente de preguiça. Que abandonou seus direitos, mas sobretudo sua obriga a discernir, isto é a nom se deixar enganar. Uma sociedade que se entregou placidamente aos braços da caste política, esquecendo-se irresponsavelmente da classe de gente que a compom.
Nom houvo engano, só houvo desinterés. Nom houvo vítimas, só houvo cidadás irresponsáveis.
A velocidade e a facilidade com a que se podia aceder à nossa informaçom convertem em irresponsável a toda pessoa que, tendo tropeçado quanto menos uma vez com ela, decidiu no entanto continuar a sua vida prostrada diante dos televisores.
3) Foi-me doado perder a solidariedade. Inclusive crio que terminei perdendo o respeito pola gente.

Aquele experimento social chamado C0vld¡9 foi mudando meus valores, voltando-me um ser bem mais indiferente para com o meio. De repente minha vida social via-se afetada por esta nova forma de convivência onde as outras se me antolhavam seres duma qualidade inferior. Seres que tinham demonstrado uma insólita irracionalidade. E já nom era necessário professar tanta cortesia ou estar tam atento às necessidades alheias. Após aquele experimento, ao ver a uma anciá carregada com as sacas do mercado eu já nom podia ser o mesmo que antes. A cena da anciá nom me movia a menor fibra. Por encurvada e frágil que luzisse, a anciá era uma crente mais daquela farsa. Um ser débil e cansa, sim, mas a sua vez uma fulana muito perigosa. Alguém que, de ter sido pressionada um pouco mais polos televisores, tivesse cometido qualquer tropelia por conseguir ln0cul@r-me a substância de moda. A anciá, e de imediato toda a gente, voltavam-se muito perigosas. Inclusive as meninas. De súbito descobria-me a mim mesmo arrodeado de gente perigosa, nas ruas, nos autocarros,… lá onde for. Dantes um tinha medo só de certa gente, só de certos ambientes. Mas aquele experimento mudou tudo.
Já nom me oferecia para ajudar a ninguém. Só me limitava a observar enquanto julgava em silêncio. Depois, aquela indiferença degenerou numa sorte de petulância. Podia ver à gente metida em problemas bem mais graves que um par de sacas do mercado e no entanto continuar meu caminho como se nada sucedesse. Animava-me a certeza de que se tratava sempre de inimigas. Inimigas potenciais mas inimigas ao fim. Inimigas todas bem dispostas a associar-se em nome do “bem comum” para fustigar-me, para denunciar-me e para, chegado o caso, sujeitar-me elas mesmas os meus pés e as minhas mãos para que uma trabalhadora da “s@ude pública” me lnj3t3 as doses que me figessem falha.
Por primeira vez na minha vida permitia-me o luxo de nom cumprimentar mais nas ruas. Minha sociabilidade ia-se perdendo.
Nom estou orgulhoso desta mudança. Só direi que foi inevitável. Direi que aquele experimento social chamado C0vld¡9, com sua volta a estadios de convivência mais selvagens, aniquilou definitivamente minha confiança no género humano, na sua capacidade de discernir e de respeitar as liberdades alheias.
Disfarçadas de anciás, de crianças, de polícias ou de profissionais, disfarçadas de forasteiras, de precisadas ou de vítimas de guerras, as gentes vam pola vida fazendo-nos crer que vivemos em sociedade, que estamos conteúdos, que as coisas nunca foram melhores.
Aquele experimento fijo-me descobrir a triste realidade de que vivia numa fantasia civilizadora. Descobrir que quando se desata o medo só uma pequena minoria conserva a acalma enquanto o resto da humanidade é capaz do impensável, sem que existam freios morais que lhes detenham.
4) O papel das anciás coma principais difusoras do terror mediático

As pessoas anciás tenhem sido por tradiçom esse grupo depositário da sabedoria. Quando a tribo precisava conselho acodia a elas, sobretudo em tempos de convulsons. Mas a velhice já nom pode ser vista com tanta honorabilidade. Aquele experimento social conhecido como c0vld¡9 veu a pôr as coisas em seu lugar e as anciás também foram corretamente ubicadas. Paradoxalmente, uma situaçom que procurava mascarar a todo mundo veu a desmascara-lo tudo.
Covardes, perigosamente obedientes, aditas ao medo mais desnecessário, as pessoas velhas demonstraram ao fim de que madeira estavam feitas. Elas desempenharam o papel mais lamentável daquela pantomima ao ser, depois dos televisores, as principais agentes difusoras do terror mediático. Foram as pessoas anciás as que adoptaram como ninguém o medo, as que cultivaram o medo como uma nova forma de vida expandendo-lho as filhas e aos netos.
É importante destacar aqui o modo patético em que procuraram aferrar-se à vida, quando precisamente a velhice tinha sido exemplo de galhardia, de entrega desinteresada e de sábia resignaçom para enfrentar o inevitável, isto é a morte. Mas aqui o que se viu foi a mais infantil desproporçom. As velhas não só se deixaram seduzir polo medo senom que pretenderam do modo mais totalitário instalar o medo e que se lhe professa-se um culto obrigatório.
Hoje, quando o telom C0vld já se baixou para dar lugar a novas funçons, se lhes vê insistir teimosamente com as medidas s@nit@rias. Inclusive quando os mesmos televisores deixaram de ordenar o uso obrigatório, elas insistem e se afirmam nos seus trapos sujos, enquanto diagnosticam “irresponsabilidade” e acusam a toda a sociedade de “imprudente”.
Incombustíveis souvenires dum pesadelo, som as sobrevivintes que continuam com sua militância gratuita, sustentando os gastados estandartes daquele experimento. Trabalhando ingénua mas muito perigosamente para o Sistema.
As medidas mais extravagantes, as mais crueis restriçons, os mecanismos de repressom mais inverosímis, em fim, as propostas mais indignas só em boca de pessoas anciás cheguei a escuta-las.
Elas som o perigoso rescaldo que pode provocar um novo e devastador incêndio.