Esta manhá, a primeirinha hora do dia, as ruas compostelás amanheceram molhadas; no entanto o sol já luzia enteiro, se bem ainda nom deram tanta calor seus raios como para secar o asfalto nem para converter em brétema as pingas de água que se agarram às ervas. Mas já luzia um ceu muito limpo, algo que nom é nada doado de ver por estas terras em tempo de inverno.
Nesse ceu limpo podiam-se ver várias estelas de condensaçom, essas raias brancas que despreendem os avions e se destacam coma finas pinceladas ou mesmo grossas broxadas sobre um lenço celeste. Essas raias que há quem lhes chama co feio nome de ‘chemtrails’, um anglicismo cujo sinificado literal é “estelas químicas”, que digo eu que será que há quem tiram de anglicismo porque dize-lo em galego ou castelám, pode que nom assuste muito.
Tamém em boa lógica viam-se avions que precediam cada uma das ditas estelas; dado que o território aéreo galego é percorrido por muitos avions militares e comerciais que venhem doutro lado do charco e nom só.
Há que lembrar que na Galiza houvera instaladas várias bases militares ianquies que tinham coma única missom controlar o espaço aereo e marítimo, coma as que havia em Estaca de Bares -gerida pola Guarda Costeira norte-americana em apoio da aviaçom desde 1961, quando entrou em serviço, até 1977, ano no que tomou o relevo a Força Aérea ianquie, que permaneceu na zona até 1991– ou no Barbança, no monte Iroite, Póvoa do Caraminhal -onde estivo instalada a antiga estaçon Decca, adicada ao control e vigilância do tráfico marítimo e aéreo– e onde tem a sua sede o Escuadrom de Vigilância Aérea nº 10 (EVA 10) do Exército Espanhol que, criada em 1980, começara a estar operativa em 1 de dezembro de 1984.
Galiza regista a dia de hoje um notável tráfico aéreo, principalmente devido às duas autopistas aéreas que atravessam-na, uma que comunica os países do norte europeu com Portugal, Canárias e os países africanos do Atlántico; e uma outra que liga os países do sul de Europa com o outro lado do océano. Som centos, miles, os voos que atravessam o céu galego ao longo do ano.
A imensa maioria som avions comerciais, de mercadorias, chárteres ou pequenos jets privados, mas tamém segue a ser uma via de passagem frequente para nom poucos avions militares da Força Aérea dos EEUU e da organizaçom criminosa a OTAN. Som avions que tenhem sua origem ou seu final de trajecto na base militar de Rota, em Andalucía e que seguem este itinerário, passando por Santiago, principalmente por dois motivos:
1. Por um lado, para aproveitar as correntes em chorro, também denominadas jet stream, que é como um rio contínuo de ar, serpenteante, que tem efeitos importantes para a aviaçom, provocando turbulência ou permitindo, em casos favoráveis, uma importante poupança de tempo e combustível.
2. Por outro, para se beneficiar das rotas ortodrómicas e obter uma navegaçom ajeitada para longos percorridos entre pontos elevados de latitud, situados em paralelos próximos entre si e que voam por riba dos 24.500 pés (uns 7,5 quilómetros) de altitude. Fam-no assim porque a navegaçom resulta mais económica, já que ainda que sobre o mapa dá a impressom de que se percorre mais distância, em realidade o trajecto resulta bem mais curto.
Nom sei se choverá hoje ou nom em Compostela, as previsons davam que nom. De nom chover, as conspiranoicas ficarám contentas e seguirám confiadas em que tenhem muita razom quando contam que essas estelas impedem a chuva.
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Nota 1 .- A primeira imagem é é só uma imagem dum ceu coas estelas de 5 avions
Nota 2 .- A segunda é uma toma da base aerea do EVA 10. Por certo, em 15 de janeiro deste ano 2024, uma tromba de água anegou os baixos das vivendas das vilas e as estradas pese a estar ubicadas ao carom do mar; as intensas chuvas provocaram que se desbordara o rio Arlés, e a via de acesso a Corrubedo amanhecera inundada.