Na altura dos meus 60 anos de idade podo dizer que sei, por aprendido, que cientistas erram muitíssimas vezes, tantas, que mesmo em muitas ocasons há cientistas que colhem sona graças a demonstrar que outras cientistas de renome, anteriores no tempo ou mesmo coetáneas, erraram nas suas teorias consideradas válidas até esse momento. Isto é tal que assim desde o periodo conhecido coma da “Antiguidade” e desde o momento em que os estudos cientistas ficaram refletidos em escritos e transmitidos como válidos de geraçom em geraçom:
O matemático e astrônomo grego Ptolemeu (90-168 d.C.), na sua obra “Almagesto”, introduze e dá forma final à teoria do universo geocêntrico ou geocentrismo, que se baseia na hipótese de que o planeta Terra estaria fixo no centro do Universo com os corpos celestes, inclusive o Sol, girando ao seu redor. Na Antiguidade era raro quem discordasse dessa visom; e entre os filósofos que defendiam esta teoria, o mais conhecido foi Aristóteles.
A visão geocêntrica predominou no pensamento humano ocidental até o resgate, feito polo astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), duma outra hipótese igualmente antiga, a hipótese heliooêntrica, criada pelo astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.) sendo o primeiro cientista em propor que a Terra gira em torno do Sol (sistema heliocêntrico) e que a Terra possui movimento de rotação. Se bem por tais afirmações, Aristarco de Samos fora acusado de impiedade por Cleanto, o Estoico. As suas conclusões sobre a organização do Sistema Solar, mesmo sendo simples, são admiradas hoje pela sua coerência dado que, embora obtivesse muitos erros em seus resultados, a origem desses erros estava nos instrumentos utilizados, e não em sua metodologia conceitual. A teoria heliocêntrica teria que aguardar muitos séculos, até Copérnico, antes de ser aceitada coma válida e tirar pola borda para sempre a teoria geocentrista.
Anos depois de Copernico, em 1633, Galileo Galilei co galho de demonstrar diante o Papa Urbano VIII que a Terra girava arredor do Sol, escrevera uma sua fórmula matemática utilizando as marés coma base da sua argumentação. Os seus cálculos, de quem ainda hoje é considerado um sábio entre os sábios, assinalavam erradamente que só havia uma maré alta ao dia em troques de duas (tal qual sabe qualquer que viva perto do mar, mesmo nom saiba lêr nem escrever, nem calcular); de feito Galileo negou-se em rotundo a reconhecer este seu evidente erro, ridiculizando a aquelas que apontavam a que as marés estavam, efetivamente, influidas pola Lua. Obviamente, Galileo equivocava-se de pleno.
Em 1917, antes de publicar a sua famosa teoria da relatividade, Albert Einstein perguntara a um grupo de astrónomos se o Universo estava em expansom. Presisava sabe-lo porque seus estudos descreviam un Universo que poderia estar medrando ou menguando. Todos os astrónomos respostaram-lhe que nada disso, que o Universo está estável. Só uma década mais tarde, Edwin Hubble descobria que o Universo se expande.
Desde sempre som numerosos os casos em que cientistas rebatem teorias anteriores de outros cientistas e coa mesma mandam à merda crências consideradas até entom muito válidas.
A ciência médica nom é alheia a isto; múltiples atrocidades tenhem-se feito ao longo da história co galho de tentar sandar doenças:
Em tempos antigos -foram encontrados vestígios em restos humanos do período Neolítico- faziam-se trepanações de crânios a pessoas cujo comportamento era considerado anormal, com o objetivo de remover o que se acreditava serem espíritos malignos. Acreditava-se que, com a trepanação, esses espíritos sairiam do corpo, mesmo que, muitas vezes, causando a morte do paciente.
Em tempos muito modernos aplicou-se, em casos graves de esquizofrenia, a Lobotomia -intervenção cirúrgica no cérebro- em que são seccionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas. Esta prática desenvolvida em 1935 polo médico neurologista português António Egas Moniz (1874-1955), pelo que veio a receber o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1949. Hoje em dia a lobotomia tal como exemplificada por Egas Moniz já não é praticada devido aos efeitos secundários severos.
A princípios do século XIX, o Dr Stubbins Ffirth estava convencido de que a febre amarela -causada por um vírus transmitido pola picada dum mosquito fêmea infetado- disminuia no inverno porque era fruito da calor e do estresse, e que nom era contagiosa. Estava tam convencido da sua teorias que decidiu beber o vómito negro direitamente da boca dum doente. Afortunadamente lograra sobreviver, mas nom porque a febre amarela nom seja contagiosa, senom porque o vírus tem que ser transmitido polo torrente sanguíneo. Em realidade, tivera muita sorte.
Um poutro cientista ocidental dos grandes da história é sem dúvida Charles Darwin, mas tamém cometera grandes erros nos seus cálculos. O mais conhecido foi afirmar que a trasferência dos rasgos genéticos passava de progenitores a crianças coma uma mistura; tal qual sucede com uma mistura de pintura branca com pintura preta para obter gris. Anos mais tarde, em 1900, George Mendel desmontou tal teoria ao descobrir que os carateres nom se misturavam senom que os gens dominantes impunham-se sobre os recessivos.
Agora bem, por mim, as crédulas podedes seguir levando um tapabocas que vos impeda respirar bem.