Sementando para o 1º de Maio – Os sindicatos molam

Entre os escritos que, tempo há, publicara no blogue da revista anarquista galega por excelência, “Abordaxe”, com o título comum de Sementando para o 1º de Maio, colo agora acá estoutra relacioada com o pápel dos sindicatos, pautistas ou nom, num Sistema Capitalista. O texto é uma invençom minha mas está baseado em feitos muitos reais e experiências vividas por mim ou por amizades:

1ª Situaçom.- Uma das filiadas mais ativas na secçom sindical, sempre disposta a expandir as diretrizes da direçom do sindicato, vem de sofrer um abuso laboral numa cadeia de supermercados, tem problemas relaçonais com o seu superior imediato e pretendem finiquitar o seu contrato sem a “recompensa legal devida”.

De seguido o seu sindicato move-se, fam porta na tenda repartindo folhetos e fazendo ruido para amolar o empresário e assustar à sua possivel clientelaO empresário fai cálculos e chega a lógica conclussom de que é melhor pagar o legal (a fim de contas é uma misséria) que ter que aturar a essas pesadas na porta do seu estabelecemento. Nom som bo marketing e assustam à clientela!!. Às vezes, por orgulho, no início dos protestos ao empresário dá-lhe por inhora-los, porque nom entende que a tomem só com ele e nom com as demais cadeias de supermercados (que ao igual que ele tratam às suas trabalhadoras como escravas), mesmo pensa que el é melhor que outros empresários e maldita foi a hora que contratou a essa pessoa, se chega a saber que estava filiada a esse sindicato nom a teria contratada!!, mas ao cabo de ter que aturar vários dias essa situaçom decide pagar e dar-lhe vento a essa operária.

A filiada percebe a sua pecúnia legal e marcha contenta desse trabalhoO sindicalismo combativo funciona !!.

Tanto tem que o resto de operárias da empresa segam a sofrer abusos laborais, mesmo que todas as empresas do ramo tenham atitudes escravistas para com as suas empregadas, tanto tem que o superior (e todos os superiores de todas as tendas de todas as cadeias de supermercados) mantenha a sua posiçom abusiva sobre elas, em tudo caso nom é problema do sindicato, estoutras operárias nom som das suas filiadas. Nom som “Uma das Nossas”.

2ª Situaçom.- O Comité de Empresa duma grande empresa encara as negociaçons dum novo Convénio (sempre enquadrado nos límites legais estabelecidos polo governo de quenda), a suba salarial dá-se por impossível, mas cabe negociar que uns quantos postos de trabalho subam de categoria laboral.

Depois de sucessivas negociaçons com a empresa, nas que se prantejam as demandas laborais pautadas nas respectivas seçons sindicais e entre os diferentes sindicatos com representaçom no comité de empresa, este convoca uma assembleia para dar conta dos “maravilhosos acordos” ao que chegarom com a Gerência da empresa: Nom é possível umha melhora salarial para todas, vivemos em tempos de crise e nom há quartos, mas entroutras “conquistas” vam subir de grupo sem oposiçom nem cursinho formativo a toda umha categoria laboral !! (bom só som 13 pessoas dumha plantilha de 1600, e por efeito “curioso” essas 13 pessoas som filiadas activas, algumha mesmo é liberada sindical, dos diferentes sindicatos com representaçom).

Tamém acordam subi-las dietas de gasto dos membros do comité e outras chafalhadas; na assembleia os sucessivos representantes de cada um dos sindicatos afirma e sostenhem que, pese a unidade sindical, a dificultade da negociaçom radica na legislaçom favorável à empresa e que quanto conseguiram foi froito duma duríssima negociaçom e pedem o apaluso das presentes. O sindicalismo pactista funciona !!.

Tanto tem que a maioria das trabalhadoras nom academ nenguma melhora laboral, é mais a maioria verá mermada a sua capacidade adquisitiva e/ou aforrativa (os impostos e o nível de vida subem como a escuma), tanto da que case toda a plantilha vira marginada ou anulada a sua capacidade de opiniom ao respeito da negociaçom ao apresentar o Comité de Empresa como algo inamovível os acordos já pautados e pactados. Em todo caso todos os sindicatos com representaçom tenhem filiadas favorecidas e as filiadas activas que nom sacam talhada desta, já terám o seu momento nas vindouras (ou já o tiveram nas precedentes), som os benefícios de ser “Uma das Nossas”. Se tu queres melhorar, já sabes: afilia-te!!

3ª Situaçom.- A crise capitalista deriva em que na empresa de electrodomésticos na que levas 20 anos trabalhando, supostamente deixou de perceber durante os últimos 6 meses as quantiosas ganâncias às que estava acostumada a declarar. A realidade é que o empresário tirou da “Contabilidade Criativa”, que nom som contáveis pintando quadros nem bailando dança contemporánea, senom o que, em lenguagem comum, chama-se fraude, isso sim, com ingénio, e ao igual que os magos fam desaparecer coelhos da chisteira, os contáveis criativos podem fazer desaparecer benefícios, converter ganhâncias em perdas, justificar assim despidos injustificáveis e depois, com uns passes de ilusionista, fazer reaparecer esses benefícios multiplicados várias vezes. Em definitiva tem todas as da lei para prantejar um ERE

Dizia Galeano no seu livro “Patas Arriba. A Escola do Mundo do Revés” ao respeito da linguagem, que o “Capitalismo” luze o nome artístico de “Economia de Mercado” e o “Imperialismo” chama-se “Globalizaçom”, e eu engado que ao “Despido Colectivo” chamam-lhe “Expediente de Regulaçom de Emprego” ou com o, ainda mais insignificativo, acrónimo ERE. A negociaçom com os sindicatos leva a que parte da plantilha, a que tem mais antiguidade e que cobra polo tanto mais, tem que marchar para casa com a devida compensaçom económica.

Os sindicatos pressionam a estes trabalhadores para que acedam a marchar como algo inevitável para poder manter a empresa a flote, mas desse ERE salvam-se os 3 membros do Comité de Empresa, cada um de diferente sindicato, que, se bem levam na empresa mais anos que alguma das despedidas, aproveitam a circunstância de que a lei determina que, em caso de despido, os membros do Comité tenhem prioridade de permanência na empresa respeito dos demais trabalhadores. O sindicalismo vendido funciona !!

Tanto tem que o ERE seja umha jogada ilusionista, os 3 sindicalistas já zafaram e agora as despedidas serám substituidas por operárias duma ETT com piores condiçons laborais que permitirám a empresa seguir obtendo quantiosos benefícios.

Poderia seguir dando situaçons nas que, como venho de demonstrar, o sindicalismo funciona, assim que nom me venhades com qualificativos denigrantes para a gente que se move entre negociaçons e protestos pontoais.

Já sabedes que tendes que fazer se queredes ter boas expetativas no teu trabalho escravo: só tendes que renunciar a um quanto de dignidade, afiliar-te, assistir as reunions da seçom sindical, mesmo animar-te a apresentar-te a delegado sindical, assim passarás a ser “Uma das Nossas” e verás como recebes prebendas até do teu inimigo.

Para que depois digam que o sindicalismo nom vale para nada!!

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